Homem Estranho

Sequer reconheço
O homem estranho
Em que me tornei.
Com quem me pareço?
Qual é meu tamanho?
Verdade: não sei!

Por longos caminhos
De lutas inúteis
Fiquei a vagar;
Agora, sozinho,
Em práticas fúteis
Eu tento acordar!

Só ouço o destino
A rir-se, malvado,
Da minha miséria;
Maldito ladino
É este meu fado
Que adora a pilhéria!

Almejo inda em vida
Voltar às raízes
Que os tempos roubaram;
Voltar à perdida
Manhã de matizes
Que embora levaram!