Branco

Se os deuses versos brancos permitirem,
De branco pintarei meu mundo inteiro;
Canto algum restará com cores vivas:
Nesta vida outra cor eu não verei!

No fim da estrada aos filhos deixarei
Uns papéis assinados no cartório,
Uns trocados insípidos no banco,
E quem sabe a brancura da lembrança!

Se a tinta colorida é tão custosa,
Insistir é bobagem no arco-íris;
Se o azul do céu tem preço insuportável,
É de graça que eu vejo a cor das nuvens!

A habilidade, ó musa, de Basílio
E de Carlos Alberto a erudição,
Descreve sem demora ao teu soldado
Que queria seguir pegadas brancas!